quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Impermeável até quando? ou Quem dura mais? Caso: Aterro industrial Joinville

Será que a impermeabilização que os aterros fazem é suficiente para proteger o solo para todo o sempre?
Afinal de contas, pelo que se ouve falar,  existem várias camadas protetoras e isso provavelmente signfica que é impossível qualquer contaminação, não é?
Bem, a realidade não é beeeem essa nao!
Vamos partir do mais óbvio.

Nada dura pra sempre!

E não é uma geomembrana, geocompostos argilosos, ou qualquer outra solução que for proposta que vai proteger indefinidamente o solo de contaminação!

Encontrei alguns sites que abordam o tempo de vida útil de uma Geomembrana quando exposta a diversas situações. 

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18132/.../Revisao_Bibliografica.pdf

Uma coisa é certa:  Intemperies, ataques químicos e desgaste mecânico afetam e muito o tempo de vida útil de uma geomembrana.

É verdade que, quanto maior o número de camadas de proteção maior é o tempo de vida da impermeabilização, também é verdade que alguns aterros possuem camada para monitoramento do solo.

Agora, acreditar que não precisamos mais nos preocupar com o resíduo que enviamos pra um aterro é bem diferente.

Para aqueles que não leram o post anterior, dêem uma olhada nos pequenos detalhes contratuais que falam do tempo que o aterro se responsabiliza pelo armazenamento (Na verdade a responsabilidade nunca deixa de ser do gerador) e sobre o caráter temporário dos resíduos.

Além desses probleminha contratuais, há também aquela questão um pouco mais polêmica do aterro quebrar antes do prazo.

Bom, vamos esquecer tudo isso!

Que o Aterro pode falir, que a geomembrana tem vida útil curta e que o contrato de um aterro só responsabiliza-o por monitorar durante 20 anos qualquer possível vazamento e que hidrocarbonetos e metais pesados duram muito mais que qualquer barreira que um aterro possa ter, isso a gente já sabe.

Dêem só uma olhada na notícia sobre o aterro industrial administrado pela Essencis em Joinville. Além de uma pequena multa de R$228.700,00 a comunidade deve estar beeeem chateada com a presença deste aterro.

http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2767664.xml&template=4187.dwt&edition=13850&section=885

"A Essencis chegou a distribuir máscara para funcionários de empresas que trabalhavam ao ar livre. Moradores relataram casos de enjoos, náuseas e de mal-estar. No Natal, algumas pessoas chegaram a abrir mão da ceia por conta do problema."
Este é apenas um dos problemas de um aterro: Ninguem quer um aterro perto de casa... e não é atoa!

Agora, ainda bem que os moradores proximos aos aterros não sabem quais empresas são responsáveis pelo mau cheiro e pelo desconforto. Não ia ter globo no mundo que pudesse melhorar a imagem delas.

É! É sempre assim: Uma vez que  o problema saiu da porta de nossas casas pouco nos lixamos com o mal que nossos resíduos farão aos outros... desde que seja bem longe!

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